O Cecafé, como um legítimo representante do setor exportador e um parceiro dos produtores e da indústria, acredita fortemente na sustentabilidade do agronegócio café brasileiro e cumpre as leis trabalhistas e ambientais do país, consideradas das mais avançadas e rígidas, bem como na geração de resultados econômicos consolidados, como apresentado neste Position Paper.

Por quase três séculos de liderança no mercado global de café, os segmentos da cadeia produtiva do café têm investido pesadamente, com compromisso e seriedade, para fazer do setor uma referência em práticas sustentáveis.

De acordo com os eventos recentes, o setor exportador de café rejeita toda e qualquer prática ilegal que possa colocar em perigo nossa integridade ambiental. Todas as ações de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé e seus parceiros, demonstram que a preservação ambiental e o uso correto da terra são o real compromisso do setor.

A cadeia produtiva do café tem aproximadamente 300 mil produtores, e o respeito com o meio ambiente é notório e claramente perceptível, dados os esforços contínuos para proteger as áreas das bacias hidrográficas, a adoção de manejo racional da água e o uso de técnicas agrícolas avançadas para alcançar produtividade significativa por hectare plantado – o mais alto entre os países produtores.

Além disso, a área cultivável de café é 51% menor que a dos anos 1960, considerando a atual área cafeeira de 2,2 milhões de hectares. Nesse período, a produtividade média da cafeicultura brasileira passou de 6,4 sacas por hectare para 33 sacas na safra 2018/2019, um aumento de 416%.

Dados da Embrapa Territorial – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – mostram que a área total destinada à preservação, manutenção e proteção da vegetação nativa no Brasil ocupa 66,3% do território nacional. Toda a produção nacional ocorre em 7,6% do país. Os produtores preservam mais vegetação nativa em suas propriedades (20,5% do Brasil) do que todas as unidades de conservação juntas (13%).

Quanto ao agronegócio café, as principais regiões produtoras situam-se em estados onde as propriedades rurais possuem, em média, uma porcentagem da área dedicada à preservação da vegetação nativa acima do mínimo estabelecido pelo Código Florestal. Em Minas Gerais, o valor é de 34%; no Espírito Santo, 33%; São Paulo, 22%, e na Bahia, 45% das áreas dedicadas à preservação.


O Código Florestal Brasileiro foi estabelecido para regular o uso da terra e a conservação da vegetação nativa em propriedades particulares. A lei foi revisada em 2012 e introduziu um foco mais forte no monitoramento e no cumprimento da conformidade.

A proporção que deve ser reservada varia de acordo com o tamanho e a localização da propriedade. Na Amazônia, até 80% de uma propriedade deve ser reservada, enquanto 35% em partes do Cerrado se enquadram na definição legal da Amazônia e 20% nos outros biomas (Pampas, Caatinga, Mata Atlântica, etc).

Além de seu papel na proteção da vegetação em todos os biomas brasileiros, a implementação do novo Código Florestal beneficia a agricultura por meio de, pelo menos, três outros canais.

As altas taxas de proteção ambiental na cafeicultura brasileira mostram as práticas sustentáveis da atividade, considerando também a relevância social da produção, uma vez que 86% dos produtores são pequenos (até 20 hectares).

Além disso, o Brasil é o país que repassa o maior preço FOB – Free on Board (valor negociado para a saca de café embarcada) aos cafeicultores. De acordo com a metodologia do IPEP (Índice de Preços Externos Pagos ao Produtor) para calcular a participação dos preços FOB internos para as exportações brasileiras de arábica, o Brasil repassa aproximadamente 81,4% dos preços. Esse nível mostra eficiência logística e transparência na cadeia produtiva do café. O Cecafé, como representante legítimo do setor exportador de café brasileiro, realiza diversas ações de sustentabilidade em conjunto com os cafeicultores e outros segmentos, visando atender aos interesses nacionais.

Através de seus programas de responsabilidade social e sustentabilidade, o Cecafé e seus membros reafirmam o compromisso do setor de expandir as melhores práticas ambientais e sociais para todos os segmentos da cadeia produtiva.

O Programa Produtor Informado, por exemplo, vem treinando mais de 6.000 produtores em inclusão digital, proteção ambiental e melhores práticas agrícolas.

Vale ressaltar que cerca de 24% de todas as exportações de cafés diferenciados no Brasil se referem a padrões, selos, programas ou certificações de sustentabilidade, como Rainforest, UTZ, Fair Trade, 4C, Certifica Minas, Starbucks C.A.F.E., Nestlé AAA, entre outros.

Em suma, o Brasil atende às exigências dos mercados mais diversos e exigentes e está pronto para mostrar ao mundo como equilibrar a produção com a preservação ambiental, como pode ser visto no recente acordo comercial assinado entre o Mercosul e a União Européia.

O Cecafé e seus membros seguem as tendências globais e entende a necessidade de articulação entre toda a cadeia produtiva.

O Selo de Sustentabilidade, juntamente com as ações do Código de Ética e Conduta, Responsabilidade Social e Sustentabilidade, demonstra o compromisso do setor de exportação de expandir ainda mais projetos socioambientais bem-sucedidos, e continua a promover a imagem do agronegócio brasileiro do café no mundo, atendendo às demandas dos consumidores finais e promoção do consumo de café.

Com a participação ativa de seus membros, o Cecafé entende a necessidade de articulação entre toda a cadeia produtiva e os consumidores, e seguirá em direção à sua missão: percorrer o caminho certo e usar a comunicação e outras ferramentas adequadas para um futuro cada vez mais sustentável e socialmente responsável.

 

Nelson Carvalhaes – Presidente do Conselho Deliberativo do CECAFÉ
Marcos Matos – Diretor Geral do CECAFÉ
Lilian Vendrametto – Gestora de Sustentabilidade do CECAFÉ