Cecafé destaca resultados positivos da cafeicultura em relação ao respeito socioeconômico ambiental e dos trabalhos de promoção realizados no exterior

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, na terça-feira, 24 de outubro, do “Agro Brasileiro em uma nova era – Risco, Retorno & Sustentabilidade nas cadeias produtivas de commodities”, evento promovido pelo Rabobank no JW Marriot Hotel, em São Paulo (SP). Com a presença de diversas lideranças do agronegócio, o encontro promoveu debates sobre algumas das principais commodities produzidas no país, como café, açúcar e etanol, soja, milho e proteína animal.

No “Painel de Café”, o presidente da entidade, Márcio Ferreira, apresentou como o contexto de sustentabilidade está inserido nas novas tendências do mercado, expondo os trabalhos de promoção internacional que o Cecafé realiza no sentido de divulgar o respeito aos critérios ESG da cafeicultura nacional, como o incremento da produtividade em meio à redução de área, o melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano no cinturão cafeeiro em relação aos demais municípios sem a cultura, o maior percentual de repasse do preço Free on Board ao produtor no país, evidenciando que a atividade cafeeira é sinônimo de preservação ambiental com progresso humano.

Ele também explanou a respeito dos principais desafios enfrentados pela cadeia produtiva em relação à sustentabilidade, elencando, nesse quesito, as anomalias climáticas, as questões relacionadas a infraestrutura e logística e as novas regulações dos principais mercados consumidores com a due diligence obrigatória.

“Por competência, o Brasil é vanguarda nos investimentos em pesquisa e inovações tecnológicas, o que ajuda a mitigar os impactos das adversidades do clima. Também temos buscado parcerias internas e internacionais para otimizarmos os processos de exportação, desde o transporte até os embarques, e o Cecafé tem trabalhado incansavelmente para imputar na cabeça dos importadores toda sustentabilidade, qualidade, diversidade e processos de rastreabilidade dos cafés do Brasil, pois entendemos que os desafios das novas leis internacionais são, em verdade, oportunidades à nossa cafeicultura, que é a mais sustentável do mundo”, revela Ferreira.

O presidente do Cecafé analisa, ainda, que as novas regulações do mercado global são um caminho sem volta em tempos de ESG e que o Brasil, conduzido pelo segmento exportador, vem sendo proativo na demonstração de nossa responsabilidade e nosso respeito socioambiental e econômico na cafeicultura.

“Diante de todos os esforços internacionais de representação que temos realizado, a cafeicultura brasileira foi escolhida como projeto piloto pela Comissão Europeia para o estabelecimento da lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR, em inglês)”, informa. Dessa maneira, completa, o Brasil, no que se refere ao café, tornou-se player atuante e pode colaborar com os europeus no desenvolvimento dos critérios da EUDR antes de sua implementação.

“Temos um arcabouço com 35 origens produtoras, sendo que 15 possuem Indicação Geográfica; volume significativo de recursos público e privado ao setor; protocolos de certificações com base nos projetos e programas de sustentabilidade; plataforma de rastreabilidade e de créditos de carbono… Enfim, somos vanguarda e temos uma estrutura completa no que tange à governança socioambiental, o que nos coloca na liderança global da cafeicultura e permite que sejamos exemplos aos demais produtores, como nesse caso mais específico da EUDR”, finaliza.