Consumidor está muito mais atento e busca marcas e produtos que estão comprometidos com os critérios de governança socioambiental

O diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, participou, na semana passada, do painel “Fórum da Cafeicultura Sustentável – Como o ESG impacta a minha agricultura?”, dentro da programação da Semana Internacional do Café – SIC 2021.

Aproveitando os debates que ocorreram na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), finalizada na última sexta-feira, 12, em Glasgow, na Escócia, ele abordou as oportunidades que se apresentam à cafeicultura brasileira diante dos critérios ESG (governança socioambiental).

“O consumidor está muito mais atento e busca, no grande varejo, marcas e produtos que estão comprometidos com os critérios ESG, que tenham histórias para contar. E ele está olhando também para sistemas de selo e de certificações”, comentou.

Matos também citou uma reconhecida carta de Larry Fink, CEO de uma gestora de ativos de mais de US$ 8 trilhões, direcionada aos CEO’s de todo o mundo, que destaca os investimentos orientados às práticas ESG no âmbito social, envolvendo matérias como igualdade de gênero, empoderamento feminino, inclusão dos jovens, questões raciais e ambientais, como carbono, água e resíduos, entre outros.

“É fato que as políticas ESG impactam todos os setores da economia e isso não é diferente com o agronegócio e a nossa cafeicultura. Temos notado, cada vez mais, que os representantes da cadeia vêm buscando alternativas para adaptar seus métodos produtivos com o objetivo de atender ao senso de urgência ambiental e ao novo perfil dos consumidores”, conclui o diretor do Cecafé.

Além de Matos, o painel contou com a participação da Secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Ana Valentini, e dos painelistas Guilherme Amado, líder do Programa AAA de Qualidade Sustentável da Nespresso no Brasil e no Havaí; Eliane Cristina Müller, diretora executiva da Associação dos Bananicultores de Corupá (Asbanco); e Gustavo Bacchi, diretor do 4C.

Diante do tema em debate, a secretária Ana Valentini trouxe perspectivas positivas ao destacar o crescente consumo de café e as inúmeras oportunidades que a cafeicultura brasileira terá em meio às preocupações ambientais e aos critérios ESG desse novo perfil dos consumidores. Ela também reforçou o compromisso com a sustentabilidade em todos os processos produtivos.

Guilherme Amado anunciou o compromisso sustentável da Nespresso de neutralização do carbono até 2022, que está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

No contexto das certificações, o diretor do 4C frisou a importância das adequações do setor e destacou pontos importantes na cadeia produtiva, que vão do uso de fertilizantes ao transporte para a implementação de ações para reduzir a emissão de carbono. Bacchi destacou, ainda, a parceria com a MEO Carbon Solutions no desenvolvimento de algumas iniciativas, como a ferramenta Force Climate Friendly Coffee (Café Amigo do Clima), que possibilita fazer um cálculo preciso para a identificação das ações prioritárias no que se refere à pegada de carbono na atividade.

Eliane Müller falou sobre o desenvolvimento da economia e da cultura da cidade de Corupá (SC) em torno do cultivo da banana, por meio da agricultura familiar com base nas políticas de governança socioambiental. A diretora executiva da Asbanco expôs que ESG não pode ser um produto, mas, sim, uma cultura, e que é preciso ter metas claras, coletivas e também individuais, já que todos têm responsabilidade nesse processo.

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