Em reunião da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizada hoje (24), na sede do Instituto Pensar Agro (IPA), em Brasília (DF), o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) apresentou o fluxo de exportações do produto, enfatizando a questão dos custos logísticos e portuários no setor.

Segundo o diretor geral da entidade, Marcos Matos, foi demonstrado o protagonismo do Brasil, que lidera a produção e a exportação de café no mercado global, e, diante das oportunidades que se apresentam, como o crescimento da demanda, especialmente em nações asiáticas, expôs-se que o país tem eficiência e organização nos setores de produção e exportação para aproveitá-las.

Entretanto, o representante do Cecafé demonstrou que custos portuários, como THC, Taxa de BL, Taxa de Logística, Inspeção não Invasiva, Recebimento de Rodotrem e Bitrem, ISPS, entre outros, são crescentes e representam prejuízos ao segmento.

“Considerando-se os gastos e tarifas apresentados às agências marítimas, terminais e armadores, chega-se ao valor de R$ 2.160 por contêiner. Dessa forma, um embarque de 110 mil contêineres, por exemplo, gerará um custo de R$ 237,6 milhões, o que representa um gasto adicional de cerca de R$ 7 por saca que o cafeicultor deixa de receber”, detalha Matos.

Ao expor o resultado do Índice de Preço Externo ao Produtor (IPEP), evidenciando que o Brasil é o país que mais repassa o valor aos produtores – que oscila entre 84% e 92% –, diante dos diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), o Cecafé recordou que a agência foi criada pela Lei 10.233/01 com princípios de assegurar que os usuários paguem pelos custos de serviços em regime de eficiência, assegurando liberdade de escolha. “Diante disso, cobramos que a ANTAQ deve, de fato, regular e supervisionar as atividades de prestação de serviços, não se omitindo das relações, fato que tem prejudicado os exportadores brasileiros”, conclui.