A cadeia agrícola do café é a que registra a maior divisão de riquezas no Brasil. Atualmente, 90% do preço de exportação é repassado aos produtores.

Sem dúvida um grande feito para o setor produtivo do café, que é fundamental do ponto de vista econômico e social do país, uma vez que movimenta uma cadeia com mais de 300 mil produtores, com cerca de 2 milhões de hectares no Brasil todo, gerando cerca de 8,4 milhões de postos de trabalho.

Para chegar a este patamar mais do que positivo, o trabalho foi árduo. Ao longo dos anos, o setor investiu pesado e acima da média do mercado de agronegócios em ações de conscientização e estímulo à promoção de boas condições de trabalho e sustentabilidade.

Hoje, existem uma série de ações e programas públicos de capacitação dos produtores de café, por meio de entidades como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), que são fundamentais na capacitação cada vez maior dos profissionais, resultando em uma gestão mais profissional e produtiva nas lavouras, reduzindo custos e ampliando a renda para toda a cadeia do café.

O Cecafé com suporte de seus associados já investiu mais de R$ 7 milhões na montagem de salas digitais em escolas públicas localizadas nas regiões cafeeiras e na capacitação de produtores e trabalhadores do café, por meio do Programa Produtor Informado. O programa existe desde 2003 e já formou mais de 1200 produtores. Neste ano, em parceria com o Programa Café Sustentável (PSC), o Cecafé tem com meta alcançar 2000 produtores e trabalhadores da cafeicultura, por meio de aulas de informática e de boas práticas agrícolas, que serão conduzidas por experientes técnicos das entidades parceiras, Emater-MG, Emater-RO, Incaper –ES, Agrifis-ES, Via Verde e Fundação Neunam e Cooxupé.

Como resultado deste amplo e importante trabalho, hoje mais de 20% das unidades produtivas do país são certificadas pelas maiores e mais conceituadas instituições do mundo, tais como UTZ Certification, Rainforest Alliance, 4C Association e Fairtrade, e nacionais, como CertificaMinas e selos de café orgânico. Além disso, todos os profissionais da cadeia produtiva do café são contratados em regime CLT, com todos os benefícios previstos pela lei (13º salário, férias e fundo de garantia).

Sem dúvida, todas estas conquistas nos levam a ter a absoluta convicção de que o setor cafeeiro do Brasil está no caminho certo. É fundamental continuar esse trabalho degrau a degrau para que possamos continuar crescendo e gerando cada vez mais riqueza a toda nossa cadeia.

 

Nelson Carvalhaes – Presidente do Cecafé