Nos últimos anos, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil tem buscado estabelecer junto aos demais elos produtivos um plano estratégico de promoção da imagem e da comunicação voltadas à sustentabilidade do café brasileiro.

O Cecafé acompanhou ativamente as recentes mudanças no cenário político brasileiro, ampliando a presença junto aos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Infraestrutura, Economia, Relações Exteriores, com vistas a uma presença e representação dos interesses do setor exportador de café brasileiro no ambiente interno e externo.

No ambiente interno tem sido almejado investimentos em infraestrutura, correta atuação de agências reguladoras como a Antaq e a formulação de políticas públicas em atendimento ao setor por meio da Frente Parlamentar da Agropecuária. Ainda no plano interno, o Cecafé contribui na defesa de uma agenda de comunicação para a promoção da sustentabilidade do agronegócio brasileiro, com a participação de todas as organizações dos setores. Dessa forma, o Instituto Pensar Agro, o qual fazemos parte, passou a priorizar tal ação ao objetivar estruturar a primeira plataforma de relações internacionais, englobando a promoção comercial dos produtos brasileiros, os acordos internacionais bilaterais e multilaterais.

A atuação de comunicação e de promoção da imagem do Brasil no âmbito externo tem sido ampliada por meio da rede dos Adidos Agrícolas e das Embaixadas Brasileiras, bem como da busca por maior participação das principais feiras globais de alimentos e bebidas, que se viabiliza com o estabelecimento de novas alianças estratégicas.

Nesta agenda de comunicação e de promoção da imagem do café brasileiro, o agronegócio café apresenta permanente evolução e está sempre atento para se adequar às melhores práticas de sustentabilidade em seus processos produtivos.

O agronegócio café brasileiro pratica a sustentabilidade englobando os três pilares clássicos: econômico, social e ambiental. Além da própria legislação nacional nas esferas social e ambiental estar entre as mais avançadas e rígidas do mundo, o Cecafé e seus parceiros têm investido cada vez mais em sustentabilidade. Um dos exemplos é o Programa Produtor Informado (PI), criado pelo Cecafé e que já capacitou mais de 6 mil produtores. O PI é um programa de inclusão digital, que visa a capacitação de produtores em informática básica, englobando também as boas práticas agrícolas, com a adoção de vários itens do Curriculum de Sustentabilidade, entre eles: manutenção do mato manejado nas entrelinhas da lavoura; o uso correto e seguro de agroquímicos, preservação das áreas protegidas (APPs e Reserva Legal); utilização de fontes alternativas de energia; proteção integrada; e o preparo de café, predominantemente, de forma natural de secagem – usando a secagem ao sol, em terreiros, com pouco gasto de energia de fontes não renováveis, entre outros temas como a gestão das águas e das melhores práticas trabalhistas nas propriedades. Além do PI, o Cecafé e parceiros coordenam diversas outras ações, como os Programas Criança do Café na Escola, Café Seguro e atua proativamente nas Iniciativas de Membros da Plataforma Global do Café.

Nesse sentido, o Cecafé criou o Selo de Sustentabilidade do Café Brasileiro, como chancela às iniciativas de sustentabilidade e com a finalidade de fortalecimento, reconhecimento e promoção do café nacional.

Por meio da transparência, seriedade e maturidade do agronegócio do café brasileiro, o Selo reforça a sustentabilidade e o compromisso do setor frente aos players do mercado global de café, incluindo torrefadores e consumidores em todo o mundo, pois está acima de qualquer sistema de certificação global.

O Brasil já possui a certificação natural devido as Leis sociais, ambientais e resultado econômico consolidado. O amplo uso deste Selo por parte dos associados do Cecafé promove ainda mais a sustentabilidade e a qualidade do café brasileiro, com soberania e independência de qualquer certificação, pelos motivos apresentados e comprovados cientificamente.

O Brasil é o país que mais repassa o preço FOB – Free on Board (valor negociado pela saca de café colocada a bordo do navio) para o cafeicultor. Conforme metodologia do indicador IPEP – Participação do preço interno no valor FOB das exportações brasileiras de Café Arábica, o Brasil repassa aproximadamente 84% dos preços. Tal patamar demonstra a eficiência logística e a transparência dentro da cadeia produtiva do café.

O Cecafé, como legítimo representante do setor exportador do café brasileiro, realiza diversas ações sustentáveis, com racionalidade e junto ao cafeicultor e demais seguimentos, que visa ao interesse nacional. Por meio dos seus Programas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, o Cecafé e seus associados reafirmam o compromisso do País na difusão das melhoras práticas ambientais e sociais em todos os seguimentos da cadeia produtiva.

É importante destacar que ainda no início de 2020 o Cecafé lançará o I-Cecafé: Instituto de Sustentabilidade dos Cafés do Brasil. O objetivo do Instituto é continuar com os projetos já consolidados da área de Responsabilidade Social e Sustentabilidade aumentando seu escopo e abrangência.

Porém, ainda há grandes desafios e oportunidades pela frente e, para continuar a avançar nesta vanguarda, será fundamental ampliar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, bem como no fortalecimento de programas como o Produtor Informado, difundir cada vez mais as boas práticas para os produtores de todos os portes e tornar a cadeia nacional cada vez mais forte, ganhando cada vez mais participação no mercado global. O Cecafé continuará seguindo em direção a sua missão: trilhando o caminho certo para um futuro cada vez mais sustentável e socialmente responsável.

 

Nelson Carvalhaes
Presidente do Conselho Deliberativo do CECAFÉ

Marcos Matos
Diretor Geral do CECAFÉ

Lilian Vendrametto
Gestora de Sustentabilidade do CECAFÉ