No dia 05 de junho foi comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Ao celebrar os 20 anos de existência, o Cecafé assume o compromisso com a natureza e o desenvolvimento sustentável. Ao longo de sua história, o Conselho tem destacado a importância da agenda da sustentabilidade em sua missão.

O sucesso na realização da oitava edição do “Coffee Dinner & Coffee Summit”, com o tema “Cafés do Brasil: Qualidade com Sustentabilidade”, diante da presença dos Governadores, como Romeu Zema de Minas Gerais e José Renato Casagrande do Espírito Santo, bem como Ministros, Embaixadores, Parlamentares do Agronegócio e Secretários de Agricultura dos principais Estados produtores, demonstrou a importância desta agenda em toda a programação do evento.

O Pilar de Responsabilidade Social e Sustentabilidade está focado nas questões ambientais e sociais e um dos assuntos mais debatidos é o uso correto e seguro dos agroquímicos.

O clima tropical e a possibilidade de se realizar consorciação e sucessão de cultivos, com duas safras por ano, ou três em diversas regiões, potencializa a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas.

As condições climáticas favoráveis para a produção agropecuária ocorrem o ano todo, exigindo dos produtores maiores esforços no manejo. A despeito disso, diversos países importantes do ponto de vista de produção agrícola e com clima temperado fazem uso de maiores quantidades relativas de defensivos agrícolas quando comparados ao Brasil. Vale destacar que a produtividade de grandes cultivos como o de soja e milho é bastante elevada no Brasil, proporcionando uma otimização de áreas e um maior rendimento por unidade de espaço – fator fundamental quando se discute desmatamento e pressão por expansão de novas áreas.

Apesar de utilizar o maior volume de defensivos, o que se justifica pelo tamanho das áreas produtivas, de porte continental, o Brasil está em 7º lugar na proporção do uso por hectare de área cultivado, ficando atrás de países como Japão, Alemanha, França e Reino Unido.

Analisando-se o consumo de agroquímicos pelo volume de alimentos produzidos, o país cai para 11º no ranking do uso de defensivos, ficando também atrás de Argentina, Estados Unidos, Austrália e Espanha.

Fonte: Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Unesp) apresentado no fórum Diálogo: Desafio 2050 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2017). Acessado em: 10/06/2019. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/mercado/campeao-em-longevidade-japao-usa-oito-vezes-mais-agroquimicos-do-que-o-brasil-dcxlf3wuo4aduzkar8sdih7bv/

Nesse contexto, de acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), já se pode definir a missão do Brasil como sendo a de saciar a fome do planeta. De acordo com a entidade, a produção agropecuária brasileira é suficiente para alimentar mais de quatro vezes a população brasileira ou cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo. Novamente vale o destaque para o Brasil, grande produtor de proteína vegetal e animal de valor nutricional relevante.

Tal informação se mostra ainda mais relevante diante da crescente necessidade de se prover segurança alimentar em diversos países. Segundo a FAO, órgão da ONU para a alimentação, o número de pessoas atingidas pela fome em nível mundial diminuiu em mais de 100 milhões na última década, mas há ainda cerca de 805 milhões famintas – ou seja, um de cada nove habitantes do planeta não tem alimentos suficientes.

A população mundial cresce atualmente à taxa de 2,5 pessoas a cada segundo. Serão 2,2 bilhões de pessoas a mais daqui a três décadas. E com características específicas. A população idosa (mais de 60 anos) representará 22% do total (hoje é de 10%) e a população urbana chegará a 6,3 bilhões de pessoas – no ritmo atual, a cada semana 1,5 milhão de pessoas passam a viver nas cidades. A classe média deverá atingir 4,9 bilhões de pessoas até 2030: aumento de 172%. Projetando para 2050, o consumo per capita de leite e derivados crescerá 53% e o de carnes, mais de 75%.

Assim, o mundo precisará produzir 70% mais alimentos para atender essa demanda. E cerca de 90% do aumento da produção de alimentos virão dos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, país responsável cada vez mais pelo segurança alimentar do planeta.

Destaca-se que o Brasil possui as mais rígidas leis ambientais e sociais do mundo. Os produtores rurais brasileiros são responsáveis pela preservação de mais de 218 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a um quarto do território nacional (25,6%). Esta área preservada pelos agricultores e pecuaristas equivale a todo o território somado da Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, Portugal, Benelux, Reino Unido e França.

As realizações apresentadas pelo Brasil são frutos da modernização agrícola, investimentos em pesquisa e inovação, e organização dos elos das cadeias produtivas.

O Cecafé, como legítimo representante do setor exportador de café brasileiro, realiza um trabalho de representação institucional junto às demais entidades do agronegócio brasileiro, trabalhando propostas com racionalidade que visa ao interesse nacional.

O Conselho tem inserido os temas da gestão ambiental e das boas práticas de uso correto e seguro dos agroquímicos em seus Programas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade.

No Produtor Informado, por exemplo, há uma abordagem especial sobre técnicas de manejo de controle químicas e mecânicas das plantas daninhas na entrelinha do cafezal, manejo de pragas e doenças, buscando alternativas sustentáveis para a condução da cultura, observando-se sempre o LMR – Limite Máximo de Resíduo do café produzido frente às regulamentações dos diversos países importadores.

O Cecafé, em parceria com as empresas de defensivos agrícolas, Plataforma Global do Café, entre outros, prepara-se para executar as ações do Projeto Uso Responsável de Agroquímicos neste ano, com seguintes objetivos: conscientizar o aplicador sobre importância de uso de EPI, armazenar corretamente e com segurança e promover o manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas.

O Cecafé, de olho nas tendências globais e na necessidade de articulação entre todos os elos da cadeia produtiva e consumidores, busca ampliar ainda mais os projetos socioambientais de sucesso e continuar seguindo em direção a sua missão: trilhando o caminho certo, utilizando as ferramentas adequadas e corretas para um futuro cada vez mais sustentável e socialmente responsável.

 

Nelson Carvalhaes– Presidente do Conselho Deliberativo do CECAFÉ

Marcos Matos – Diretor Geral do CECAFÉ

Lilian Vendrametto – Gestora de Sustentabilidade do CECAFÉ