– Cecafé expõe resultados do Projeto Carbono, que atesta que a cafeicultura nacional é ainda mais carbono negativo por meio da adoção de técnicas conservacionistas

 – No mundo, mais de 20% dos agricultores adotam ou estão dispostos a adotar bioinsumos em seus cultivos, movimento que tem como protagonista o Brasil

GECOM CECAFÉ – O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, hoje, 16 de outubro, do “Fórum Bioinsumos no Agro”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Croplife Brasil, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), no Teatro da Federação, em São Paulo (SP).

Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, foi o moderador do painel “Biodefensivos”, que contou com as contribuições de Paulo Arruda, professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sobre “Novas tecnologias no mercado de biológicos”, e Fabricio Passini, líder de Agronomia e Geração de Demanda Brasil e Paraguai da Corteva Agriscience.

“Ouvindo o ponto de vista científico, por meio da UNICAMP, e o industrial, através da Corteva, discutimos as tendências e as perspectivas para entendermos o que será mais disruptivo nesse mercado, que tem o Brasil como líder, conforme apresentado pela Agência McKinsey. Esse levantamento apontou que mais de 20% dos agricultores mundiais já adotam ou estão dispostos a adotar biocontroles, bioestimulantes e biofertilizantes em seus cultivos, movimento que tem como protagonista o Brasil, que encabeça a lista muito à frente dos países europeus, China, Estados Unidos e Canadá, por exemplo”, revela Matos.

O trabalho que o Cecafé vem realizando em prol das sustentabilidades ambiental e social, assim como a promoção internacional de uma cafeicultura brasileira que respeita os critérios ESG, foram destacados e enaltecidos no evento.

“Apresentamos os resultados de nosso Projeto Carbono, que atesta que a cafeicultura nacional é ainda mais carbono negativo, mais sequestrando do que emitindo gases de efeito estufa na atmosfera, por meio da adoção de técnicas mais conservacionistas. Também expusemos nossas ações em prol da sustentabilidade e da rastreabilidade dos cafés do Brasil frente aos desafios e oportunidades que surgem dessa revolução na agricultura global, norteada por novas regulações de mercado voltadas a uma atividade mais resiliente, conservacionista, com alternativas viáveis e que fortaleçam a sustentabilidade”, comenta.

Matos aponta que os bioinsumos têm despertado grande interesse como uma alternativa exequível para impulsionar a sustentabilidade dos sistemas produtivos, com ganhos de produtividade. “O Brasil, por ser um país extremamente biodiverso, tem enorme potencial para avançar e liderar essa agenda, tornando a nossa agropecuária ainda mais sustentável. E apresentar um panorama atual do mercado de bioinsumos no país e no mundo, bem como desafios e oportunidades do uso desses produtos, foi o objetivo do Fórum e da nossa participação relacionada à cafeicultura”, explica.

Para o diretor-geral do Cecafé, iniciativas como essa são fundamentais para o avanço dos biológicos. “Para que a adoção de bioinsumos aconteça de maneira sustentável e sólida no agronegócio, é necessário que se invista, cada vez mais, na transferência do conhecimento, promovendo as tecnologias já existentes no mercado, além do incentivo para o desenvolvimento contínuo de inovações nesta área”, analisa.

Como resultado da participação do Cecafé no “Fórum de Bioinsumos no Agro”, a FIESP, que possui escritório de representação na União Europeia, convidou o Conselho para participar de uma nova rodada de reuniões que realizará, em breve, para debater os encaminhamentos da nova lei antidesmatamento da UE. “Eles querem a participação do Cecafé em mais evento apresentando os trabalhos que temos feito sobre as novas regulações europeias”, conclui.