Objetivo foi levar conhecimento sobre processos produtivos e de preparo do café para a exportação, além de sensibilizar a APS sobre o impacto que os gargalos logísticos estão causando ao setor cafeeiro devido ao esgotamento da infraestrutura portuária

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) realizou, na semana passada, uma visita técnica com a Autoridade Portuária de Santos (APS) nas cidades de Varginha, Alfenas e Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, maior região cafeeira do Brasil, com o objetivo de promover conhecimento sobre os processos produtivos e de preparo do café para exportação, além de sensibilizar o ente público sobre o impacto que os gargalos logísticos estão causando ao setor cafeeiro devido ao esgotamento da infraestrutura portuária.

A entidade foi representada pelo diretor técnico Eduardo Heron e pelos membros técnicos de seu Comitê Coordenador Logístico Ronald Pires de Moraes (Cooxupé), Rogério Fugazza (ofi) e Hamilton Sá (Cofco), que conduziram a visita das representações da APS Márcio Kanashiro, superintendente de Operações Portuárias, Ricardo Hideki Maeshiro, gerente de Planejamento Logístico, Wagner Moreira Gonçalves, assessor da Presidência, e Edmar dos Santos Costa, assessor da Diretoria de Operações Portuária.

Entre 10 e 12 de junho, a comitiva conheceu, no Sul de Minas, os diversos perfis de produtores, trabalhos de colheita e processos de beneficiamento local do café, rebeneficiamento em armazéns, separação por tamanho, qualidade e bebida, preparação para exportação, estufagem em contêineres até o processo final de embarque, incluindo as etapas que envolvem a EADI de Varginha e o REDEX de Guaxupé.

“Realizamos uma visita técnica ao Sul de Minas Gerais com o objetivo de conhecer de perto os processos de produção do café destinado à exportação e, sobretudo, entender as operações logísticas que viabilizam o transporte dessa importante commodity até o Porto de Santos. A atividade contou com a participação dos membros do Comitê Logístico do CECAFÉ, o que não apenas enriqueceu o aprendizado, como também promoveu uma valiosa aproximação entre os profissionais da exportação no porto santista e os técnicos da Autoridade Portuária”, destaca Kanashiro.

Ele completa que essa iniciativa integra um programa interno que visa ampliar o conhecimento técnico da APS para além dos limites da poligonal portuária, partindo do entendimento de que os processos portuários se iniciam ainda nas propriedades rurais. “Ao compreender toda a cadeia logística, a Autoridade Portuária busca aprimorar suas práticas e, assim, contribuir para o aumento da eficiência e da competitividade do complexo portuário sob sua gestão”, explica.

O diretor técnico do Cecafé comenta que essa foi uma oportunidade de mostrar para a APS os três perfis de produção. “Apresentamos a realidade do pequeno, do médio e do grande produtor, evidenciando que, indiferente do tamanho, há muito investimento em tecnologia em todas as etapas da produção até a exportação e como os atuais gargalos logísticos e a falta de infraestrutura portuária impactam os elos da cadeia produtiva até o cafeicultor. Foi um conjunto de ações para mostrar à Autoridade como é feito o processo de produção e preparo do café para exportação”, relata Heron.

Segundo ele, as autoridades da APS ficaram encantadas com o que viram e puderam ter a compreensão sobre o preparo do café para o embarque. “Eles ficaram bem surpresos e, também, muito satisfeitos com a visita, porque trouxe conhecimento para dentro da autoridade portuária a respeito desses processos, até mesmo para melhor compreender os impactos logísticos que temos com esse esgotamento da infraestrutura e que impactam, de certa maneira, nessa ponta da cadeia”, completa.

Heron anota que essa iniciativa é uma extensão do diálogo que o Cecafé e os exportadores associados vêm mantendo com a APS, estreitando elos com a autoridade, de maneira a sensibilizá-la, ao transmitir esse conhecimento de todos os processos e investimentos desde a produção, a respeito dos impactos que existem, atualmente, quando um café chega no porto e não consegue embarcar devido ao esgotamento da infraestrutura.

“Os técnicos da Autoridade Portuária de Santos compreenderam melhor os desafios e propuseram avaliar a questão com mais profundidade, agora compreendendo o processo, para estudar as possibilidades e ações que realmente mitiguem esses riscos nas exportações de café”, conclui.