Marcos Matos apresenta desempenho positivo das exportações diante dos gargalos logísticos, menor oferta, conflito na Ucrânia e destaca ações de promoção internacional da imagem voltadas a sustentabilidade e rastreabilidade

O diretor Geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, participou, hoje (12), do “Debate Agro – Especial Conilon”, evento realizado pela Campo Vivo – Inteligência em Agronegócios, em Linhares (ES). Ele ministrou palestra sobre mercado externo no painel “Xícara: tendências do mercado do conilon”, que teve mediação de Marcio Cândido Ferreira, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV) e contou com a participação de Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, e Juan Gimenes, gerente de Inovação e Estratégia da Nutrade.

Em sua explanação, Matos apresentou os resultados das exportações de café em 2021 e no acumulado do primeiro trimestre deste ano, que interpreta como positivos, e detalhou a dinâmica das vendas externas do conilon e a atual demanda por esses cafés no mercado interno, o que se deve a menor disponibilidade e aos preços mais elevados do arábica.

“Diante da continuidade dos gargalos logísticos, da disponibilidade reduzida de arábica em função da safra de ciclo baixo, da maior procura industrial pelo conilon e, mais recentemente, do conflito na Ucrânia, o Brasil vem mostrando resiliência e apresentando números significativos nos embarques de café. No acumulado da safra 21/22, por exemplo, embarcamos 30,3 milhões de sacas, repetindo o desempenho da 19/20, última safra de ciclo baixo e que não sofria interferências logística, de guerra ou abastecimento”, compara.

O diretor Geral do Cecafé também abordou a resiliência no consumo de café no Brasil e no mundo, com o avanço de novas formas de consumo e números crescentes, mesmo diante de estabelecimentos fechados em meio aos momentos mais críticos da pandemia. “A Organização Internacional do Café prevê um déficit de mais de 3 milhões de sacas na safra 21/22, cenário que justifica os trabalhos de promoção internacional que o Cecafé vem fazendo, os quais visam apresentar a sustentabilidade e a qualidade dos cafés do Brasil para aumentar a demanda pelo produto nacional e elevarmos nosso market share“, comenta.

Abordando a crescente demanda mundial por produtos sustentáveis, Matos apresentou as ações de sustentabilidade e rastreabilidade que o Cecafé tem investido e firmado parcerias com instituições e produtores. Nesse sentido, ele destacou os resultados recentemente do Projeto Carbono, estudo que a entidade realizou sob condução técnico-científica do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e do professor Carlos Eduardo Cerri, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).

“Nosso projeto comprovou, cientificamente, que a adoção de boas práticas agrícolas torna a cafeicultura ainda mais ‘carbono negativo’, com a atividade sequestrando 10,5 toneladas de carbono por hectare ao ano. Os resultados foram positivos mesmo na cafeicultura tradicional, que sequestrou 1,63 tonelada. Além disso, como a produção no Brasil é aliada à preservação de vegetação nativa dentro das propriedades rurais, o estudo revelou que, para cada hectare de café cultivado, existe, em média, 50 toneladas de carbono estocados na forma de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente”, revela.

Segundo ele, os trabalhos e pesquisas realizadas pelo Conselho estão alinhados à atual nova realidade de mercado, com produtores cada vez mais preocupados e demandando marcas e produtos que se comprometam em mitigar as mudanças climáticas e que respeitem os critérios da governança socioambiental. “Seguimos firmes na intenção de realizar iniciativas que vão a esse encontro e que, mais do que consolidem os cafés do Brasil em mercados tradicionais, abram portas e ampliem a participação em novos e emergentes, pois esse é um dos pilares de atuação do Cecafé”, conclui.

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Cecafé – Gestão de Comunicação
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