Representado pelo Cecafé, país expôs ações voltadas ao respeito ambiental e humano, que vêm ao encontro da governança socioambiental demandada globalmente

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) participou, nos dias 13 e 14 de outubro, em Genebra, Suíça, do 13º SCTA Coffee Forum & Dinner, promovido pela Swiss Coffee Trade Association, que abordou, como tema principal, “Mundo de oportunidades: resiliência e reinvenção”.

Segundo Marcos Matos, diretor geral que representou o Cecafé no evento, essa temática envolveu os desafios do impacto da pandemia e do conflito na Ucrânia sobre a cadeia produtiva; das mudanças associadas a produção, distribuição e consumo; das respostas regulatórias; e do avanço do interesse dos consumidores por cafés mais sustentáveis e rastreáveis, trazendo esse cenário como possibilidade de oportunidades, uma vez que muda o cenário cafeeiro para melhor e trará benefícios a instituições e países que chegarem primeiro.

“O Brasil está muito bem-posicionado diante dos desafios existentes. Com a perspectiva de maior produtor e exportador, além de segundo maior consumidor de café do mundo, demonstramos as diversas ações sustentáveis que são realizadas pelo setor cafeeiro em nosso país. Como exemplo, em tempos de ESG, citamos o fortalecimento de ações concretas do Cecafé que englobam capacitação de produtores, monitoramento de resíduos, gestão de riscos, balanço de carbono na cafeicultura e rastreabilidade diante das tendências regulatórias, especialmente na União Europeia”, destaca.

Matos também pontuou a relevância social da cafeicultura em nosso país. “O café promove inclusão social. Onde a atividade está presente, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região é mais alto, além de os níveis de preservação ambiental estarem acima daqueles exigidos por Lei (Código Florestal Brasileiro). Nessa época geopolítica desafiadora, entendemos que fomentar o multilateralismo promoverá um comércio internacional com inclusão social, respeitando investimentos, projetos e tantas atividades concretas de sustentabilidade em curso no Brasil”, completa.

Segundo o diretor geral do Cecafé, os torrefadores globais levaram ao evento sua perspectiva sobre os desafios relacionados a sequestro de carbono e à responsabilidade social corporativa. Nesse sentido, ele afirma que as informações expostas pelo Conselho atendem a essa demanda, possibilitando que esses players demonstrem que seus investimentos sociais privados trazem benefícios às regiões cafeeiras, uma vez que geram progresso, o que condiz com o alcance das metas que possuem.

“No que se refere ao mercado verde, por exemplo, nosso índice de adicionalidade de carbono é a melhor forma da representação de uma agricultura regenerativa, pois, com investimentos dessas empresas, a cafeicultura brasileira, que já é carbono negativo, retendo 1,6 tonelada de CO2eq por hectare ao ano, em sua forma convencional, pode ser ainda mais através da adoção de iniciativas descarbonizantes, já que o estudo do Cecafé comprovou que a inclusão de boas práticas agrícolas eleva o nível de retenção de carbono e equivalentes a 10,5 t/ha/ano. Ou seja, o Brasil está apto e preparado para receber investimentos e, consequentemente, auxiliar as empresas mundiais a atingirem suas metas”, esclarece.

A participação no SCTA Coffee Forum & Dinner, na Suíça, foi mais uma ação do Cecafé voltada ao trabalho de comunicação e promoção global da imagem do café brasileiro. “Essa foi uma relevante oportunidade para demonstramos nosso alinhamento com as mais importantes organizações mundiais do setor e evidenciar o compromisso da cafeicultura nacional diante de todos os desafios ambientais e sociais, que entendemos como oportunidades ímpares para nos colocarmos ainda mais na vanguarda da atividade cafeeira internacional”, conclui Matos.