Começou, ontem, a 122ª Sessão do Conselho Internacional e demais reuniões da Organização Internacional do Café (OIC), em Londres, Inglaterra. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) está presente nos encontros, representado pelo presidente Nelson Carvalhaes e pelo diretor geral Marcos Matos.

Entre os destaques do primeiro dia, salienta-se a preocupação de muitos países concorrentes com a questão dos preços do café. O Cecafé se reuniu com a delegação brasileira durante o almoço, quando se chegou ao consenso, com ação a ser coordenada pelo Representante Permanente do Brasil junto aos Organismos Internacionais sediados em Londres, embaixador Hermano Telles Ribeiro, para que o posicionamento nacional seja pela livre iniciativa, pelo livre mercado.

Somado a isso, o Cecafé sugeriu que as ações prioritárias da OIC devem estar focadas na promoção do consumo global. O secretário-adjunto de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Fazenda, Ivandré Montiel da Silva, informou que o Brasil pode colocar à disposição os modelos de políticas públicas de crédito e apoio à comercialização. Reiteramos, ainda, que nos posicionaremos contrariamente a intervencionismos que possam ser propostos.

Diversos países se pronunciaram a respeito da defasagem de preços, alertando que há necessidade de medidas no curto prazo, sendo necessário, inclusive, informar a sociedade da verdadeira condição econômica dos produtores. Se os cafeicultores estão em dificuldades, não conseguem proteger o meio ambiente e um cenário de fome no campo, êxodo rural e movimentos migratórios vem sendo desencadeado.

Por fim, os países produtores orientaram a OIC para ser crítica a esse respeito, promovendo o debate em seu fórum, pois é a sobrevivência dos produtores que está em jogo. Sugeriu-se, para tanto, a elaboração de uma resolução, clara e explícita, denunciando a situação dos cafeicultores no mundo. Todos creem que a OIC precisa ter um papel importante nesse sentido, gerando tempo para debate internamente, de forma que se busque uma resposta em toda a cadeia e em conjunto.

O Embaixador Hermano Telles Ribeiro sugeriu que a delegação nacional tenha uma proposta a ser apresentada para debate. Nesta terça, reunirá o colégio de produtores para que, com base nas proposições do Brasil, chegue-se a um documento de consenso, construído conjuntamente.

O Cecafé reforçou, junto ao diplomata, que o posicionamento nacional seja pelo livre mercado, recordando que toda experiência brasileira foi obtida a custos de fortes investimentos, por isso os interesses nacionais devem ser sempre preservados.

Durante o encontro, o chefe de Operações da OIC, Gerardo Patacconi, informou que o organismo está conectado à questão dos preços e vem analisando a estrutura do mercado, envolvendo oferta, demanda e estoques finais. Ele informou que será apresentada uma mercadológica e propostas de soluções, com base em projeções de preços futuros e avaliação do Spot, e finalizou informando que procuram soluções, com diversos parceiros institucionais, para a busca de recursos adicionais ao setor.