O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), representado pelo presidente Nelson Carvalhaes e pelo diretor geral Marcos Matos, participou de um importante debate sobre os rumos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a imagem do Brasil no exterior no Ministério das Relações Exteriores (MRE), em Brasília (DF), com o diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio, ministro Alexandre Ghisleni, e o diretor do Departamento de Organismos Econômicos Multilaterais, ministro André Odenbreit Carvalho.

Na reunião, que contou com a presença de diversas entidades do agronegócio, foram apresentados os debates sobre os possíveis rumos da OMC diante da complexidade da economia atual e dos insatisfatórios resultados. Foi dada atenção especial à crise do Órgão de Solução de Controvérsias, pois o Brasil é um dos principais usuários deste colegiado nos contenciosos. Atualmente, os Árbitros completam seus mandatos e novos árbitros não são nomeados, o que fará com que, a partir de dezembro deste ano, não haja quórum mínimo.

Segundo as informações passadas, com o Órgão de Solução de Controvérsias, permite-se implementar mudanças e, por isso, trabalha-se para não perder esse colegiado, fato que comprometeria todo o sistema.

Outro ponto destacado foi o controle da concessão de subsídios. O Brasil, dentro da caixa verde, concedeu US$ 1,9 bilhão. Outros países, como, por exemplo, o Japão, concedeu US$ 15 bilhões; a Índia US$ 30 bi; a União Europeia US$ 67 bi; e a China US$ 197 bilhões.

O Brasil continua trabalhando para a elaboração de normas mais restritas para subsídios, uma vez que a China pode aumentar em ainda sete vezes, os Estados Unidos em três vezes, o Japão em cinco e a União Europeia em aproximadamente oito vezes sobre o valor atual praticado.

Em Genebra, o Brasil falará sobre os temas em negociação na OMC. O engajamento depende também do comprometimento com os temas agrícolas, com apoio da Austrália e Argentina, mas a questão é como chegar aos maiores subsidiadores, já que mais de 90% são concedidos por cinco ou seis países ou bloco.

Ainda de acordo com as informações da reunião, para os próximos anos a tendência não é de abertura, mas sim de fechamento, dando prioridade ao que está em aberto.

Acordo Mercosul-União Europeia
Setores protecionistas europeus estão trabalhando para que não se ratifique o Acordo Mercosul-União Europeia, utilizando-se da questão ambiental recente. O Brasil, contudo, está atuando para demonstrar a sustentabilidade do agronegócio nacional.

O Cecafé propôs uma campanha em prol da sustentabilidade, com o destaque para a diferenciação frente aos demais países produtores. A entidade destacou que o Brasil harmoniza produção com preservação e, além disso, não subsidia a produção, ou seja, não onera a sua sociedade. “O país produz de forma competitiva, preservando o ambiente”, foi a mensagem passada.