O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e os demais representantes da Comissão de Relações Internacionais do Instituto Pensar Agropecuária (IPA) participaram, na tarde desta terça-feira, 11 de junho, em Brasília (DF), da segunda rodada de conversas com membros do Itamaraty, que teve como pauta a relação bilateral Brasil/China e os possíveis avanços no agronegócio.

O Ministro Alexandre Ghislene, diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio (DPA), abriu a reunião apontando avanços recentes do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Entre eles, a própria criação do DPA e do recém-inaugurado Departamento de China. Na análise do diretor, os dois departamentos trabalham, de certa forma, em função das pautas do agronegócio, que é um dos maiores interessados nas relações sino-brasileiras.

Segundo o conselheiro Luiz Maria Pio Corrêa, diretor do Departamento de China, fez um resumo dos avanços oriundos das visitas da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao país asiático e, mais recentemente, do vice-presidente Hamilton Mourão no âmbito da Comissão Sino-brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban). Ele destacou que, no começo do novo governo, surgiram algumas dúvidas quanto à priorização das relações com os chineses, mas ponderou que, hoje, a agenda está totalmente pacificada e com uma série de encontros de alto nível que podem trazer avanços práticos.

O diplomata comentou que foi desenvolvido um mecanismo de criação de acompanhamento dos compromissos assumidos na Cosban, com uma rotina de interlocução entre os países, para que se evitem hiatos de tempo sem movimentações. Corrêa assegurou que os chineses estão cumprindo tudo o que é combinado e diversos sinais de boa vontade foram dados.

Após a exposição dos setores, o diretor do Departamento de China anotou que existe a possibilidade de revisão de uma série de protocolos entre os países, desde que haja concordância por parte dos chineses. Dessa forma, os setores devem fazer uma revisão dos pontos considerados incômodos e encaminhados para o DPA.

Em sua explanação, o Cecafé pontou que o Brasil deve aproveitar essa janela de oportunidade, com uma agenda de compromissos sendo cumprida por ambas as partes. Somado a isso, a entidade revelou que a China demonstra crescimento expressivo no consumo de café, tendo saltado dez posições no ranking de países importadores entre 2017 e 2018.

O 8º Coffee Dinner & Summit destacou a importância do mercado chinês ao apresentar um painel sobre a questão, com a visão das empresas e do presidente da Câmara Brasil-China, Charles Tang.

A entidade que representa os exportadores de café do Brasil também manifestou que a agenda positiva deve ser priorizada, mas que também é necessário se atentar à prática de tarifas sobre o café brasileiro, que reduz a competitividade do produto frente ao café de países produtores concorrentes.

A próxima reunião está prevista para o dia 2 de julho, no Palácio do Itamaraty, e tratará do tema “Imagem do Agronegócio”.