IPEP – Metodologia

Sobre a Metodologia IPEP – Cecafé

Para calcular o indicador foram considerados os preços diários no mercado interno de café do Grupo I, fornecidos pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), e os preços do Grupo II, divulgados pelo Centro de Comércio de Café do Rio de Janeiro e Centro de Comércio de Café de Minas, ambos associados ao Cecafé (representante da Organização Internacional do Café no Brasil). Os preços em R$/saca são divididos pelo valor do fechamento do dólar comercial (compra) no mesmo dia. Esses valores são convertidos em preços mensais.

Para fazer a comparação entre o preço pago ao produtor e valor de exportação do café no mês, foi considerada a remuneração média do produtor nos últimos três meses. Isso porque, existe uma relação entre o volume de vendas externas e a formação dos estoques de trabalho do exportador.

Veja a metodologia utilizada pelos economistas Manoel Correa do Lago e Luiz Otávio Araripe para elaborar o indicador:

  • 1. O preço interno não reflete exatamente o conceito de preço ´ex-farm`, ou seja, o preço recebido pelo produtor. Existem alguns custos implícitos como impostos (Funrural), de frete da fazenda até o local de entrega e formação do preço, melhorias de qualidade (uma vez que por exemplo o preço da ESALQ é definido como 6 COB). Entretanto, o preço interno corresponde aos preços de venda praticados pelos produtores e cooperativas de produtores.
  • 2. A ponderação utilizada para a formação do preço interno de comparação com o valor FOB corresponde a uma estimativa arbitrária de uma média ponderada nas exportações brasileiras de Arábica Grupo I e II. Portanto, variações mensais nessas proporções podem introduzir distorções pontuais. Esses resultados devem, portanto, sempre ser analisados no contexto de médias de períodos mais longos.
  • 3. Os valores comparam o preço interno para um tipo aproximado 6 COB, base armazém do interior. Portanto, comparando-se à base FOB existem diversos custos de preparo, transporte, portuários e outros. Uma vez que os valores FOB estão em níveis historicamente baixos, e que os custos de exportação são fixos, o valor desses custos de exportação são hoje da ordem de aproximadamente 8% do valor FOB. Mudanças no nível absoluto de preço mudam esse percentual de forma significativa. Ou seja, o valor da participação não deve ser usado como uma avaliação da margem do exportador. Pode ser usado apenas como um avaliador de tendência desta margem.