Entidade recebeu Marubeni e ASSC, que desenvolve estudo da cadeia produtiva do café do Brasil com foco em direitos humanos e trabalhistas e impactos ambientais

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) recebeu, ontem, 6 de fevereiro, na sua sede, em São Paulo (SP), representantes da Marubeni Corporation e da Global Alliance for Sustainable Supply Chain (ASSC), uma organização que atua promovendo cadeias de valor sustentáveis no Japão, com base em parcerias internacionais e proteção dos direitos trabalhistas.

Segundo o diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, a organização, que atua no Brasil em parceria com a empresa P&A, foi contratada pelas companhias Ajinomoto e ITO EN, líderes globais do ramo de alimentos e aminoácidos, para desenvolver um estudo das cadeias produtivas do café, cana e soja no Brasil, com foco em direitos humanos e trabalhistas e nos impactos ambientais relativos a essas culturas.

No encontro, ele destacou a importância socioeconômica e ambiental do café ao Brasil, como uma cadeia produtiva eficiente, organizada, madura e moderna, a qual repassa uma das mais elevadas transferências do preço Free on Board (FOB) de exportação ao cafeicultor, o que resulta em prosperidade às pessoas nas regiões que cultivam o café. “O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é maior nos municípios onde há cafeicultura do que a média das demais cidades brasileiras”, enaltece.

Silvia Pizzol, diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (RSS) do Cecafé, apresentou os programas e projetos que a entidade desenvolve com parceiros para a promoção do trabalho decente, como o “Produtor Informado”; a “Iniciativa de Ação Coletiva Bem-estar Social na Cafeicultura”, coordenada conjuntamente por Cecafé, Plataforma Global do Café (GCP) e Instituto InPacto; o protocolo multisetorial para a devida diligência socioambiental; e a “Plataforma de Monitoramento Socioambiental Cafés do Brasil”, com foco no atendimento às novas leis do comércio mundial em tempos de ESG.

A apresentação também trouxe todo o arcabouço existente na legislação brasileira para proteção do trabalhador, salientando a importância da promoção do diálogo social, a relevância da fiscalização trabalhista e a busca por aprimoramentos constantes nas leis para a conquista de melhoria contínua das condições de trabalho.

Matos completou pontuando a necessidade de haver responsabilidade nas ações de comunicação, as quais não devem generalizar casos isolados de violações para todo um setor composto por centenas de milhares de empregadores e trabalhadores. “É o que defendemos constantemente: o Brasil não deve ser prejudicado, mas, sim, valorizado por ser uma das origens mais transparentes do mundo no enfrentamento de seus problemas sociais”, recorda.

O diretor-geral do Cecafé reforçou que as ações realizadas pelo setor exportador miram condições dignas e de capacitação nas práticas trabalhistas, com engajamento e cooperação na cadeia de fornecimento do café brasileiro. “Recebemos elogios da delegação japonesa por nossas iniciativas e trabalhos. Inclusive, os representantes da ASSC disseram ter ciência que o Brasi é bem-preparado e que as novas regras de comércio não devem ser um risco ao país, pois sabem que, quando ocorrem violações, elas são bem pontuais e, principalmente, monitoradas e repreendidas”, revela.

Por fim, Matos explicou que, como representante dos exportadores brasileiros de café, o Cecafé segue comprometido com os preceitos de trabalho decente, aberto ao diálogo com parceiros internacionais e à cooperação destinada à melhoria contínua da sustentabilidade dos cafés do Brasil, sempre reconhecendo as ações de uma cadeia produtiva organizada, que investe e trabalha continuamente para superar desafios e abastecer o mundo com cafés de qualidade e alinhados aos critérios ESG.

PARCERIA COMERCIAL
O Japão é, historicamente, um dos maiores importadores dos cafés do Brasil, figurando sempre nas primeiras posições do ranking dos principais destinos do produto. Em 2024, os japoneses adquiriram 2,211 milhões de sacas de 60 kg, o que correspondeu a 4,4% de todos os embarques cafeeiros do país e colocou a nação asiática na quinta colocação da tabela dos líderes da importação no ano passado.