Em 28 de julho é celebrado o dia do agricultor. A data foi escolhida por Juscelino Kubistchek, em comemoração ao centenário da criação do Ministério da Agricultura, em 1960.

Antes da agricultura, os seres humanos eram nômades e viviam em constante movimento. Quando as primeiras técnicas agrícolas foram desenvolvidas, o ser humano passou a cultivar os próprios alimentos e, dessa forma, toda a estrutura da civilização foi alterada. Sem esse advento, dificilmente seria obtido sucesso no processo evolutivo das sociedades.

O Brasil é hoje, sem contestação, uma grande potência na produção de grãos, fibras, café, carnes, açúcar, biocombustíveis e também na geração e difusão de conhecimento e tecnologia para o campo. A competitividade do agronegócio é resultado da tecnologia empregada no campo; da eficiência da produção e do setor exportador; da presença de instituições de ensino e pesquisa de excelência; e, deve-se destacar, do empreendedorismo e da organização dos produtores rurais brasileiros.

Graças à eficiência da agropecuária brasileira, em 50 anos, de importador de alimentos o Brasil tornou-se uma das maiores potências agrícolas do mundo. Nesse período, o preço dos alimentos caiu pela metade e permitiu à maioria da população o acesso a uma alimentação saudável e diversificada, traduzindo-se como o maior ganho social, beneficiando sobretudo a crescente população urbana.

Cada agricultor possui, dessa forma, uma expressiva relevância na economia brasileira e também para a população mundial, pois é a sua atividade que propicia a maior parte da produção de alimentos.

O protagonismo assumido pelos produtores rurais brasileiros e por todo o agronegócio nacional, reconhecido internacionalmente, levou o país a ser impelido pela Organização das Nações Unidas, ONU, a suprir em 40% a demanda de alimentos da crescente população mundial, que deve passar dos atuais 7 bilhões para 11 bilhões de habitantes em 2050.

O crescimento esperado da população, da classe média e da renda, sobretudo nos países asiáticos, amplia anualmente a demanda por alimentos diversificados e de qualidade, como as proteínas de origem animal.

Uma tarefa exequível, mas que é precedida por um desafio imediato atuar na questão da segurança alimentar, considerando-se que 800 milhões de pessoas se encontram em estado de miséria no mundo.

Não somente líder na atividade, o país também possui a agricultura mais sustentável do planeta, figurando entre os países mais comprometidos com a preservação ambiental.

De acordo com os recentes resultados do CAR – Cadastro Ambiental Rural, observa-se que o agricultor é responsável por grande parte da preservação ambiental. Segundo a compilação de dados realizada pela Embrapa, 20,5% da vegetação preservada encontram-se em propriedades rurais privadas, enquanto 13,1% estão localizadas em unidades de conservação, 13,8% em terras indígenas e 18,9% em terras devolutas e não cadastradas. O Brasil preserva 66,3% da vegetação nativa, mostrando ao mundo que é possível conciliar a produção de alimentos com a preservação ambiental.

Em relação à cadeia produtiva do café, o Brasil é líder absoluto no mundo, sendo o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor da bebida. E ser cafeicultor brasileiro é também um bom negócio, englobando todos os aspectos da sustentabilidade, o econômico, o social e o ambiental.

O Brasil é o país que mais repassa o preço FOB – Free On Board (valor negociado pela saca de café arábica, colocada a bordo do navio) para o agricultor. Conforme metodologia do indicador IPEP/CECAFÉ – Participação do preço interno no valor FOB das exportações brasileiras de Café Arábica, que representa o percentual do preço recebido ao produtor, o Brasil repassa aproximadamente 90% dos preços. Tal patamar demonstra a eficiência logística e a transparência dentro da cadeia produtiva do café.

Além da abordagem dos preços repassados aos produtores, conforme análise do IPEP/CECAFÉ, para apoiar a cafeicultura brasileira o setor exportador também desenvolve diversas ações no campo envolvendo a sustentabilidade.

O CECAFÉ, apoiado por seus parceiros estratégicos, desenvolve o trabalho de levar conhecimento aos agricultores menos assistidos por meio do Programa Produtor Informado. O objetivo é a inclusão digital, bem como aumentar a produtividade, a renda, a qualidade do produtor e da vida da população rural, ao mesmo tempo que preserva os recursos naturais, mitigando-se eventuais impactos negativos. Pela difusão de boas práticas agrícolas e de gestão, busca-se aumentar a resiliência do produtor e capacitá-lo para que supere todos os desafios que agricultura apresenta.

A partir de 2017, o setor exportador também trabalhará pela equidade de gênero, pelo empreendedorismo e sucessão familiar nas fazendas, por meio de ações direcionadas para o público jovem e para as mulheres. Todas essas iniciativas colocam o Brasil em destaque.

 

Marcos Matos – Diretor Geral do CECAFÉ
Marjorie Miranda – Coord. de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do CECAFÉ