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Em um mundo no qual a questão sustentabilidade é cada vez mais importante em tudo o que se produz e consome, o café brasileiro, paixão nacional e mundial, é um dos produtos que mais possui atributos socioambientais no setor agrícola.

Um dos pontos de destaque é a gestão inteligente da terra. Ao longo dos anos, o setor cafeeiro do País conseguiu desenvolver os processos de maneira a produzir cada vez mais em áreas menores, tornando toda a cadeia sustentável por meio da redução de custos, aumento da produtividade, geração de mais divisas e valor agregado sustentável ao poupar terra que pode ser destinada a outros tipos de cultivos.

Os números do segmento comprovam. Segundo a CONAB, o Brasil tem hoje uma produtividade média de 25 sacas/ha em uma área plantada de 2,3 milhões de hectares. Estes números representam uma redução de uso de área de 53% em relação a 1960, por exemplo, quando o país possuía uma área plantada de 4,9 milhões de hectares de café, com produtividade de 6,08 sacas/ha.

Para atingir este alto nível que coloca o Brasil como um dos líderes em tecnologia para produção e comercialização de café (considerando os mercados interno e externo), o setor investiu muito nos últimos anos e continua empregando esforços em pesquisa e desenvolvimento de inovações e tecnologias que tornem os processos produtivos ainda mais inteligentes e sustentáveis.

A base desse trabalho foi construída, ao longo dos anos, em três pilares:  avaliações para redução do espaçamento na plantação, criação de novas variedades de café e melhorias nas técnicas de adubação, manejos do solo e poda.

“Essa grande mudança na cadeia produtiva do café vem de longa data, mais especificamente nos anos 70, quando o governo brasileiro percebeu que a política adotada na década anteriormente, de encerrar os incentivos ao café e até mesmo erradicar a cultura em algumas áreas, havia sido equivocada”, explica José Edgard, presidente da Procafé, fundação criada com o objetivo de preservar e ativar o patrimônio tecnológico do ex-IBC, mantendo assim o banco genético, laboratórios, fazendas experimentais e um corpo técnico para pesquisa e difusão de tecnologias cafeeiras.

Segundo José Edgard, a partir de 1970, com a retomada dos incentivos do governo, o a cafeicultura brasileira voltou a crescer,  a se desenvolver e modernizar seus processos para aumentar a produtividade e a sustentabilidade da lavoura.

Neste sentido, lembra o executivo da Procafé, foi dado à época o primeiro passo com um amplo estudo de espaçamento das terras de cultivo. “Era preciso produzir mais em menos espaço. Nossos trabalhos de pesquisa mostraram que era possível reduzir as áreas sem perder produtividade..  Aos poucos fomos implantando essa mudança em todas as regiões e evoluindo o sistema. Hoje produzimos três vezes mais usando apenas metade da extensão das plantações”, observa.

Outro passo importante foi a pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cafés mais produtivas, mais tolerantes às condições climáticas e resistente a doenças. “Hoje, trabalhamos muito forte dentro da Procafé na busca de novas variedades com alto nível de produtividade. Duas opções que conseguimos criar – Acauã e Asa Branca, por exemplo – chegam a ser 20% mais produtivas que um café comum”, completa Edgard.

Há ainda melhorias nos processos de poda. Recentemente, a Embrapa Rondônia sintetizou uma nova técnica chamada poda de formação, metodologia que permite ao produtor padronizar as podas de produção, cujas hastes formadas apresentarão a mesma idade.

Essa técnica, além de fazer com que os cafeeiros da espécie canéfora (Conilon e Robusta) apresentem aumento de até 30% de produtividade na primeira safra, também ajuda a organizar o processo. Sem essa metodologia, a poda era feita sem a determinação de critérios e de forma empírica, reduzindo a produtividade.

Segundo Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), todas essas inovações somadas a melhores processos de adubação e pulverização das terras tornaram o Brasil uma referência em produtividade e qualidade de café no mundo.

“É muito importante continuar nesta mesma direção, investindo cada vez mais para trazer valor agregado e sustentabilidade a toda a cadeia produtiva e consumidores. Neste contexto, entidades de pesquisa e desenvolvimento como o Procafé e a Embrapa são parceiras fundamentais e o Cecafé, bem como seus associados, continuarão sempre apoiando e ajudando no que for necessário,” completa Carvalhaes.

 

Sobre o Cecafé

Fundado em 1999, o Cecafé – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional.  A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio de mapeamento da sustentabilidade da cadeia cafeeira, intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade social. Atualmente, possui 139 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 94% dos agentes desse mercado no país.

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